“Creptomoeda” ou “Bitcóil”? CPI da Covid questiona Luciano Hang sobre Bitcoin
A CPI da Covid continua ouvindo diferentes partes envolvidas na resposta do governo em relação à pandemia causada pelo coronavírus. Na sessão dessa quarta-feira (29), Luciano Hang, conhecido por ser o dono da Havan e apoiador do governo Bolsonaro, foi questionado sobre as acusações de financiar redes de notícias falsas e da possibilidade de ter usado criptomoedas para esconder transações ligadas a essas acusações.
Em dado momento, Renan Calheiros fez uma série de perguntas para Luciano Hang, questionando se ele tinha contas no exterior, empresas offshore, se havia pegado dinheiro com o BNDES, entre outras mais.
veja o video aqui
No entanto, a situação acabou chamando mais atenção por causa da forma que a pergunta foi realizada pelo senador Renan Calheiros.
“Em algum momento o senhor operou com “creptomoeda”, com “bitcoil” ou outros?”
Com termos como “Creptomoeda” e “Bitcóil“, pretendendo descobrir se Hang operava com criptomoedas, não demorou para o questionamento se tornasse uma piada entre os fãs do mercado de Bitcoin nacional, principalmente nas redes sociais.
Vale ressaltar também que Luciano Hang afirmou que nunca operou com nenhuma criptomoeda ou com Bitcoin e que nem ao menos sabe o que é ou conhece essa tecnologia.
“Nem sei o que que é isso.”, afirmou Hang. “Não. Nem sei o que é isso, 0, eu não conheço.” completou ele quando foi perguntado mais uma vez.
Apesar de ser engraçada, a situação também é um pouco preocupante para muitos dos investidores que acompanham a situação e o cenário regulatório do Brasil. Isso porque, mostra que os políticos que deverão criar regras para o Bitcoin podem nem mesmo apresentar o conhecimento básico para a atividade.
Não foi a primeira aparição do Bitcoin na CPI da Pandemia
Mesmo com a gafe e com as muitas piadas que a situação desta quarta gerou, é importante notar que essa pandemia tem o mercado de criptomoedas em algumas aparições.
Em sessões anteriores, envolvendo as negociações sobre a compra das vacinas, o Bitcoin foi citado como parte de um dos esquemas feitos para a transferência de dinheiro. Na época, o depoente Cristiano Carvalho disse:
“Eles queriam movimentar o dinheiro, acredito que, do Blanco para comprar Bitcoins e depois comprar vacinas”.
Às vezes em que a criptomoeda surgiu na CPI mostra que partes do governo acreditam na possibilidade do uso do Bitcoin como uma forma de esconder transações e fazer lavagem de dinheiro, o que não seria um bom uso para a moeda, já que ela é transparente.
Isso mostra que gradualmente o mercado de criptomoedas ganha destaque negativo por parte de alguns legisladores, que continuam associando a tecnologia a crimes.