Ações serão tomadas diz substituto do general Soleimani em Teerã
O general iraniano Esmail Ghaani, novo comandante da Força Quds, do Irã, prometeu nesta segunda-feira, 6, que haverá retaliação contra os Estados Unidos. Ghaani substituiu seu colega Qasem Soleimani, morto em uma operação americana no Iraque no dia 3 de janeiro. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que antecipou uma “retaliação severa” a Washington, foi filmado chorando durante o velório de Soleimani em Teerã.
“Deus, o todo poderoso, prometeu se vingar, e Deus é o principal vingador. Certamente, ações serão tomadas”, disse Ghaani em uma entrevista transmitida pela televisão estatal iraniana. O general assumiu o comando das forças consideradas como de elite da Guarda Revolucionária do Irã e responsáveis pela articulação de ações e treinamentos militares de milícias xiitas no Oriente Médio.
No velório de Soleimani, que também ocorreu nesta segunda-feira em Teerã, centenas de milhares de pessoas se reuniram no centro da capital, lideradas por Khamenei. Gritos de “morte aos Estados Unidos” podiam ser escutados.
O líder supremo e o clérigo Ebrahim Raisi, chefe do Judiciário do Irã, choraram durante o evento. O jornal The Washington Post afirma que o regime retrata o general como “filho adotivo” do aiatolá Khamenei. Era antes considerado também como um “mártir vivo” do Irã e como a segunda autoridade mais importante do país. O Times of Israel lembra que o líder supremo já foi fotografado mais de uma vez cumprimentando Soleimani com beijo na bochecha e na testa, ato costumeiro entre pais e filhos no Irã.
Zainab Soleimani, filha do general, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos enfrentarão um “dia sombrio”. Ela ainda afirmou que “as famílias de soldados americanos no Oriente Médio vão passar os seus dias esperando pela morte de seus filhos”.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, respondeu pela sua conta oficial no Twitter à ameaça do presidente americano Donald Trump, que afirmou ter na mira 52 alvos caso aconteça alguma represália iraniana. O número é uma referência aos reféns americanos presos na embaixada dos Estados Unidos, em 1979, por partidários da revolução que implantou o atual regime iraniano.
“Aqueles que se referem ao número 52 deveriam também se lembrar do número 290. #IR655”, tuitou Rouhani, fazendo referência à derrubada, em 1988, de um avião comercial iraniano por um navio de guerra dos Estados Unidos, que matou 290 pessoas. “Nunca ameace a nação iraniana”, concluiu.
(Com Reuters)