Preço de voo da Venezuela salta 300% em caos para sair do país

Bloomberg — Está cada vez mais difícil, e muito mais caro, encontrar um voo para deixar a Venezuela.

O presidente Nicolás Maduro cancelou voos para alguns países que questionaram sua vitória eleitoral autodeclarada, incluindo rotas para destinos que, em tempos normais, são importantes conexões para viajantes que entram ou saem da Venezuela: Panamá, o hub da Copa Airlines, e a República Dominicana. O Peru também está fora do alcance agora.

A opção restante de voo de curta duração para fora do país é para Bogotá, mas os preços dispararam. Um voo daqui a duas semanas de Caracas para a capital colombiana, que leva cerca de duas horas, costumava custar menos de US$ 200, mas na sexta-feira o preço era de mais de US$ 800, uma alta de 300%.

A falta de opções impacta diretamente venezuelanos que vivem no exterior, mas haviam retornado para votar na eleição do último domingo (28 de julho).

Muitos esperavam que pudessem dar início a uma mudança na liderança que remodelaria o país e lhes permitiria retornar permanentemente – um sonho para parte dos 7,7 milhões de venezuelanos que deixaram o país ao longo das últimas décadas de regime socialista autoritário.

Agora, alguns dizem que estão desesperados para sair e temem ficar presos.

Eugenia, 27 anos, que pediu para não publicar seu sobrenome com medo de represálias do governo de Maduro, viajou do Panamá – onde mora com o marido e o filho de três meses – para Caracas para votar e aproveitar a oportunidade de estar com a família para batizar o bebê.

Mas agora eles não têm um voo de volta. O batismo também foi cancelado, depois que os protestos eclodiram e os agentes de segurança de Maduro reprimiram os dissidentes com violência.

Eugenia sabia que deixar a Venezuela não seria fácil assim que os protestos começaram no dia seguinte à eleição e os manifestantes bloquearam a principal rodovia que leva ao aeroporto da capital.

Ela disse que retornar ao Panamá via Colômbia agora custará até US$ 1.500 por passagem, em comparação com os US$ 330 que pagaram pelo bilhete de ida e volta originalmente.

“Não sabemos o que vai acontecer”, disse ela. “Tememos a escassez de alimentos e há rumores de que pode haver um novo apagão nacional”, semelhante a uma queda de energia em 2019 que paralisou os voos em meio à turbulência política.

Mais de 1.200 manifestantes foram presos após a eleição, e a líder da oposição, María Corina Machado, se escondeu, ao mesmo tempo em que convocou manifestações em toda a Venezuela neste sábado (3) para defender o que seu partido considera sua vitória eleitoral.

O governo de Maduro ainda não divulgou dados detalhados sobre a votação, apesar dos apelos de outros países, incluindo os aliados Brasil, México e Colômbia, e de defensores da democracia.

Os Estados Unidos afirmaram que o candidato Edmundo González, um aliado próximo de Machado, venceu a eleição na base do voto popular, com base em informações que obteve.

Os voos cancelados fazem parte de uma disputa diplomática regional mais ampla sobre os resultados das eleições. O Panamá retirou seus diplomatas do país, assim como o Chile, cujo presidente, Gabriel Boric, chamou a contagem oficial de votos da Venezuela de “difícil de acreditar”.

Voos lotados

O aeroporto internacional que serve Caracas ficou lotado nesta semana, pois os passageiros com destino ao Panamá e à República Dominicana tentaram embarcar nos últimos voos disponíveis ou encontrar novas rotas para seus destinos.

Na quarta-feira (31), a Latam Airlines teve que juntar o maior número possível de passageiros em voos para Bogotá

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