Fundador do Orkut pretende contratar brasileiros para nova rede social

A visão de Orkut Büyükkökten para o futuro das redes sociais é objetiva: ele quer corrigir os rumos tóxicos que plataformas atuais tomaram, onde influenciadores, corporações e profissionais de marketing acabaram com as interações autênticas entre pessoas. Ele acredita que, ao invés de conectar, as redes sociais atuais acabam gerando comparações irreais e impactando negativamente a saúde mental dos usuários, especialmente os jovens.

O fundador também pontuou que sua nova rede social será fundamentada nas lições aprendidas ao longo de sua trajetória com o Orkut e a Hello Network — que ele criou após o encerramento do Orkut em 2014.

Em entrevista à Forbes Brasil em dezembro de 2022, Orkut Büyükkökten compartilhou 14 lições de carreira de Orkut. Confira:

1. Desistir é o verdadeiro fracasso

O Orkut.com fez sucesso, mas saiu do ar e logo ficou para trás com a chegada de novas redes sociais. Dois anos depois disso, o fundador não desistiu e lançou uma nova plataforma, a Hello, e agora prepara novidades, com o possível retorno do Orkut.com. “Mesmo se você falhar, você vai ter sucesso, porque vai aprender alguma coisa com isso”, diz. E o contrário também é verdadeiro. “É importante não desistir, porque você só falha realmente quando desiste.”

2. Pequenas decisões podem mudar sua vida

Orkut nasceu na Turquia e se mudou para a Alemanha com os pais com um ano de idade. Mais tarde, decidiu fazer faculdade em Stanford, na Califórnia – segundo ele, apenas pelo clima. Entre duas ofertas de emprego, da Microsoft e do Google, optou pela segunda. “Pequenas decisões mudam a sua vida para sempre”, diz. “Meus pais indo para a Alemanha, fazer faculdade em Stanford, em vez de qualquer outro lugar, ir para o Google.” E o que parecem pequenas coisas podem fazer uma grande diferença lá na frente. “Tudo o que vivi quando criança e como adulto me trouxe a esse lugar.”

3. Mentores são essenciais

Em Stanford, Orkut foi exposto a diferentes culturas e oportunidades, e soube atravessar as diferentes portas que se abriam. “Queria muito estudar computação gráfica, mas não sabia nada sobre. Então comecei a me encontrar com os professores”, diz. Ele entrou para um grupo de um desses professores, que acabou sendo o melhor mentor de sua vida. E em um dos projetos na universidade, acabou conhecendo os fundadores do Google, que ainda estava longe de ser o que é hoje.

4. Uma boa rede de contatos faz a diferença – na vida e na carreira

Hoje se fala muito sobre networking, e Orkut soube enxergar a importância disso há mais de duas décadas. Ele conheceu um colega na sala de aula na faculdade, fez amizade com outro nas aulas de tênis, foi apresentado a amigos de amigos, encontrou pessoas nos espaços em comum e assim construiu sua rede em Stanford. “Todos temos acesso a computador, estamos todos online. E se pudermos conhecer pessoas em uma rede social?”, pensou ele, antes de fundar o Club Nexus para conectar os alunos de Stanford.

5. Comunidades são importantes

O Orkut.com é conhecido ainda hoje por suas comunidades em que pessoas com interesses em comum se reuniam. As comunidades são hoje muito importantes para empresas, e muitas delas tem até mesmo gestores específicos para essa área, os community managers. Orkut percebeu o potencial de reunir as pessoas e criar esses espaços. “Conheci um jornalista no Rio que era gay e de uma cidade pequena e encontrou comunidades LGBT no Orkut.com e entendeu que não estava sozinho”, diz o fundador da rede. Ele também já ouviu diversas histórias sobre pessoas que fizeram amizades, conheceram seus companheiros e receberam oportunidades de trabalho.

6. Empatia é essencial para os negócios

Orkut é crítico em relação ao rumo que as redes sociais tomaram, como um espaço para disseminação de fake news e de recortes editados de uma vida perfeita. Segundo ele, as pessoas por trás dessas empresas, como as de quaisquer outras, precisam proteger suas comunidades e entender as necessidades delas. “É importante entender a psicologia e sociologia quando você está construindo produtos para pessoas.”

7. Não dá para ter controle de tudo

O Orkut.com era uma plataforma dentro do Google, que lançou sua própria rede Google+ em 2011 e acabou optando por descontinuar o Orkut.com em 2014. “O que eu poderia ter feito de diferente? Eu não tinha poder sobre isso”, diz. Por um lado, ele gostaria de ter criado o Orkut.com fora do Google, mas foi justamente essa plataforma que deu os recursos para atingir 300 milhões de usuários.

8. O passado molda o presente – e não dá para voltar atrás

Mesmo depois de extinto, o Orkut.com é o maior orgulho do fundador. Antes de acabar, ele teve dificuldades de escalar a rede e acompanhar o ritmo do número de usuários. Mas ele não tem arrependimentos, em relação à carreira e à vida pessoal. “É difícil olhar para trás e ter arrependimentos porque tudo o que fiz no meu passado, incluindo os erros, fizeram quem eu sou hoje.”

9. Erro tem que servir de aprendizado

O erro pelo erro não ajuda a avançar, mas aprender com as falhas – suas e dos outros – é um bom caminho para o sucesso. “Aprendemos muito com as mídias sociais nos últimos 10 anos, especialmente em termos do que não devemos fazer”, diz. Ele quer usar a tecnologia para “consertar” as redes e criar um ambiente saudável.

10. O mundo muda e é preciso acompanhar

Desde que Orkut criou sua rede social em 2004, muita coisa mudou. Em 2016, quando lançou a Hello Network, ele acompanhou algumas dessas mudanças. “A Hello foi feita para mobile, enquanto o Orkut.com foi feito para a web”, diz. A forma como nos comunicamos mudou radicalmente com os celulares, e isso precisava estar contemplado na nova rede.

11. Paixão move a vida e os negócios

“Uma boa vida é uma vida cheia de paixão. É muito importante seguir nossa paixão tanto na vida pessoal quanto nas nossas carreiras”, diz Orkut. Ele soube conectar suas paixões – pessoas, tecnologia e programação – em um negócio. “Encontrar sua paixão é uma jornada de uma vida. Mas quando você encontra, isso te preenche.”

12. Aprendizado é contínuo

Orkut estudou em Stanford, uma das melhores universidades dos EUA, e recomenda um estudo formal a todos que puderem ter acesso, até mesmo pelo ambiente que proporciona. Mas isso não é suficiente. “É mais sobre o seu processo de aprendizado e busca por conhecimento”, diz. Pode ser uma nova língua, hobby, curso, algo importante para a profissão ou para o próprio crescimento, mas é preciso continuar a aprender.

13. Produtos vêm de uma necessidade

Para começar um negócio, é preciso pensar em um produto que venha de uma necessidade da sociedade e que vai fazer as vidas das pessoas mais fáceis e felizes. “Por exemplo, era muito difícil pegar táxi, principalmente se você não fala a língua do país. Mas todo mundo tem um celular, e um aplicativo resolve esse problema que muitas pessoas têm”, diz.

14. Comparação é perda de tempo

Ao olhar para o lado e ver outros empreendedores ou amigos com ideias brilhantes e levantando muito capital, tente não se comparar. “Todo mundo quer fundar um unicórnio e ficar rico, mas isso não traz felicidade no fim. Preencha a sua vida com amizades, amor e paixão porque isso sim vai te preencher.”

TheEvolutionTech

Apenas mais um fã da grande rede , um maluco pela internet que passa grande parte do tempo conectado sempre a procura de novidades online , e sempre achando já que a rede é movida por novidades ...

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